Aeroporto de Anápolis Representará Uma Nova Logística No Brasil


O Aeroporto de Cargas de Anápolis, em Goiás, parece confirmar a rota do desenvolvimento para o coração do Brasil

Fonte: www.rodoviasevias.com.br
O Aeroporto de Cargas de Anápolis, em Goiás, parece confirmar a rota do desenvolvimento para o coração do Brasil. Componente de um plano logístico abrangente, o Centro-Oeste assiste à conclusão da pavimentação da pista, de mais de três quilômetros, ainda este ano, com grande expectativa
Pela primeira vez, fora da Região Sudeste e do eixo Rio-São Paulo, o Brasil está para receber um aeroporto de cargas. Considerado até então o único a executar esse tipo de operação, por possuir uma base para essa finalidade, Viracopos, em Campinas, passará a dividir as “proas” dos grandes jatos cargueiros com Anápolis. Explicitando o ponto de vista do governo federal, Osíris dos Santos, diretor de Engenharia da VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. –, raciocina: “Brasil, Goiás, Anápolis. Não é possível ao Estado, em qualquer de suas esferas, prescindir da integração modal. Aqui, com a conclusão do aeroporto, teremos um bom exemplo das possibilidades, com três das principais vertentes conversando entre si, convergindo”. A ficha técnica impressiona quem entende do assunto, e, mesmo nas palavras do governador Marconi Perillo, em recente vistoria às obras, não há dúvidas quanto às intenções dos goianos: “Teremos condições de receber o mais popular avião cargueiro de grande porte, o Boeing 747-400”. Em tempo, para que o leitor se situe, é o “irmão” para trabalhos pesados do popular avião de passageiros, Jumbo, que foi durante muitas décadas o maior avião comercial a operar no mundo. Segundo informações do secretário de Gestão e Planejamento de Goiás, Giuseppe Vecci: “O investimento terá alta capacidade de atração, além de ser um passo importante para a manutenção dos bons índices de crescimento.”




Integração logística
Não é de hoje que a região de Anápolis exerce um fascínio sobre os empreendedores. Foi lá, no aeroporto municipal (coincidência, apenas?) que o estadista mineiro Juscelino Kubitschek assinou a ordem de construção de Brasília. Não foi sem mais nem menos que o grupo CAOA optou por trazer a fábrica de veículos Hyundai para o local. “Historicamente, desde o princípio da criação de Goiânia e da criação de Brasília, sempre a região de distribuição foi Anápolis. Isso em função da posição geográfica que ela tem, e que não passou despercebida pelo Estado, que está induzindo, potencializando, uma vocação que já existia no município. A obra do aeroporto de cargas cria uma expectativa muito favorável. Anápolis vive um momento especial. Goiás está crescendo acima da média do país e Anápolis cresce acima da média de Goiás. Para usar um termo moderno, Anápolis está ‘bombando’. Estamos muito motivados”, disse à Rodovias&Vias, João Bosco Adorno, coordenador de Implantação da Plataforma Logística e do Aeroporto de Cargas de Anápolis, pela SEGPLAN – Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento –, apontando por que tanta gente vem olhando para o Centro-Oeste com tanto cuidado. Quem também já percebeu há tempos essa tendência é Edson Tavares, superintendente do Porto Seco Centro-Oeste: “De um modo geral, está um cenário muito positivo, não só para Goiás, mas para o operador logístico nacional. Goiás não tem um aeroporto que receba a carga como zona primária, como esse. Todas as cargas que recebemos aqui, nós temos que fazer a remoção de Viracopos, de Guarulhos, de Confins para Goiás. Aqui é uma rota aérea importante. Quem sai, por exemplo, de Manaus, cruza o nosso espaço aéreo. Essa carga chega a São Paulo e depois retorna para a Região do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Então, é uma logística totalmente na contramão. Esse aeroporto tem tudo para, ao longo do tempo, ser transformado num aeroporto “hub”, nos moldes dos chamados “aeroportos-cidade”, ou aerotrópoles, que já começam com viabilidade econômica, bem gestados e operados pela iniciativa privada. Além disso, têm condições perfeitas para acolher as empresas de manutenção aeronáutica. Basta colocar um “raio”, no mapa, e verificar que em 1.000 km é possível atingir 75% da população economicamente ativa do país. Cerca de 160 milhões de consumidores. É uma condição muito boa”.
Prioridade
As obras estão incluídas no Plano de Ação Integrada do Governo Estadual (PAI). Vencedora da empreitada, a Loctec Engenharia acatou o espírito de celeridade que cercou o empreendimento desde o começo, imprimindo ritmo forte às intervenções em frentes simultâneas. No pico da obra, havia mais de 80 máquinas e 156 caminhões tipo caçamba, que se espalhavam como abelhas pelo canteiro, trabalhando com afinco junto aos mais de 500 profissionais contratados pela Loctec para cumprir os prazos contratuais. Todos os procedimentos visam alcançar os padrões da International Civil Aviation Organization, ICAO, ou Organização Internacional de Aviação Civil. Um requisito extra, surgido da necessidade de atender às exigências dos mercados estrangeiros. É a plataforma logística multimodal de Goiás vendo um de seus mais importantes desdobramentos tomando forma.

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